O Amor Não Morre Quando Alguém Parte — Permanece Onde Houve Presença
Aqui nesta página, damos voz ao corpo — até quando ele diz não.

Hoje, no meio da rotina, fui apanhada pelo silêncio.
Estava a limpar a casa, quase sem pensar, quando os meus olhos pediram pausa. Fui até à janela. A chuva caía com aquele som íntimo que só a chuva sabe fazer — um som que embala e revela, como se nos chamasse de volta ao que importa.

Encostei-me ao vidro e, sem pensar, cheguei-me um pouco para a esquerda.
Senti a presença da minha avó à minha direita.
Não sei se era assim que costumávamos ficar, se era esse o lado.
Mas naquele instante, era. Porque o corpo lembrou-se — mesmo que a memória não traga todos os detalhes.

🌧 Memórias que o corpo guarda

Quando eu era miúda, íamos muitas vezes à janela.
Ficávamos ali, lado a lado, a ouvir a chuva, a trovoada, a ver o mundo a abrandar.
Às vezes falávamos sobre a vida. Outras vezes sobre nada — apenas partilhávamos aquele silêncio cheio.

Lembro-me do vidro embaciado com o nosso bafo, daquele eco que só existe quando estamos bem perto do coração do mundo.

💛 A linguagem do amor

Durante muito tempo, acreditei que a minha linguagem de amor eram os atos de serviço.
Mas um dia, uma pergunta que me fizeram, despertou uma nova reflexão:
E se a minha verdadeira linguagem for o tempo de qualidade?

Porque é nos momentos em que o tempo abranda, em que alguém está presente comigo — sem pressa, sem distrações — que eu me sinto verdadeiramente amada.

Ali, junto dela, eu aprendia o que era estar.
Estar com o corpo, com a alma, com o coração aberto, sem precisar de provar nada.
Era amor sem esforço. Era chão. Era ninho. Era o lugar onde eu podia simplesmente ser.

🪟 Quando o amor permanece

Hoje, ao encostar-me à janela, senti-a ali de novo.
E percebi, no mais fundo de mim:
o amor não morre quando alguém parte. O amor permanece. E é nesse instante em que a memória ganha vida que “eles” estão mais próximos.

Permanece no corpo que se lembra.
Nas pausas do dia.
No som da chuva a cair.
Na forma como nos movemos no espaço.
Permanece… quando houve presença verdadeira.

🌿 Uma homenagem com gratidão

A minha avó foi isso para mim.
Foi chão. Foi abraço. Foi casa.
Um lugar onde eu podia simplesmente ser.

E hoje, mesmo com lágrimas nos olhos, celebro esse amor.
Porque ele continua.
Porque ele é.

Vamos caminhar juntas? Estou aqui para te acompanhar nesse processo de escuta e transformação profunda.

Começa já hoje o teu processo cura através do autoconhecimento.