Compromisso ou prisão? Quando um valor deixa de servir a tua liberdade
Aqui nesta página, damos voz ao corpo — até quando ele diz não.
Durante muito tempo, “ser comprometida” foi um valor que admirei. Cumprir o que prometia. Manter a palavra. Ser coerente.
Mas com o tempo, comecei a perceber que o compromisso, tal como o tinha aprendido, estava muitas vezes carregado de rigidez. E, ironicamente, era essa rigidez que me fazia evitar compromissos.
Houve alturas em que sentia dificuldade em comprometer-me com coisas simples, como um almoço marcado com dias de antecedência. Não porque não quisesse estar presente, mas porque tinha medo de chegar ao dia e não me sentir bem — e não saber como isso seria recebido. O compromisso, entendido como algo absoluto, parecia não permitir espaço para o corpo, para o sentir, para o agora.
Quando o Compromisso Se Torna Prisão
Então, para não correr o risco de “falhar”, preferia não me comprometer.
E cheguei a pensar: “Talvez o compromisso não seja um dos meus valores.”
Mas não era isso.
O problema estava na forma como eu via o compromisso: não como escolha, mas como obrigação.
Quando deixamos de viver o compromisso como uma escolha consciente e o transformamos numa regra imposta, ele perde a alma, o valor.
Além disso, passa a ser algo que controlamos — ou que nos controla. Serve mais para agradar ou corresponder ao outro, do que para nos alinhar connosco.
✨ Uma Viragem Interior
Aos poucos, comecei a perceber que manter-me fiel a mim não exigia rigidez, mas escuta.
Foi num desafio pessoal simples que essa perceção ganhou corpo: durante uma semana, propus-me a acordar mais cedo. Num dos dias, adiei o despertador 10 minutos. E, nesse gesto aparentemente pequeno, compreendi algo essencial:
Não estava a desistir. Estava a escutar o corpo.
A disciplina não perdeu força por ter sido flexível. O compromisso não desapareceu por ter sido gentil.
Compromisso e Liberdade Podem Caminhar Juntos
A verdadeira transformação não acontece com rigidez.
Pelo contrário, acontece com presença.
Com consistência suave.
Com escuta ativa.
Compromisso e liberdade não são opostos. Quando enraizados na verdade interna, podem coexistir.
Isto é especialmente visível nas relações.
Muitas vezes, o compromisso é confundido com entrega total, previsibilidade, promessa eterna.
No entanto, o compromisso relacional não precisa de ser uma gaiola.
Pode ser uma escolha renovada entre dois seres livres. Uma presença verdadeira, não forçada.
Um Novo Olhar Sobre o Compromisso
Hoje, continuo a valorizar o compromisso.
Mas já não o vejo como uma linha reta, nem como uma promessa inflexível.
Vejo-o como fidelidade à minha escuta.
Um alinhamento com o meu sentir presente.
Uma escolha feita de liberdade com raízes.
Comprometer-me deixou de ser “ter de estar” — e passou a ser “querer estar”.
E isso mudou tudo.
Vamos caminhar junt@s? Estou aqui para te acompanhar nesse processo de escuta e transformação profunda.
Começa já hoje o teu processo cura através do autoconhecimento.